“Por que você não pensa em fazer nada para relançar sua carreira? Você não vê que, se ficar, vai bloquear meu projeto?”. A frase, dita em agosto pelo técnico José Mourinho ao brasileiro Kaká, durante reunião no Real Madrid, mostra como vai mal a relação entre treinador e o meia. Pior: esse mesmo tom já se espalha no contato de Mourinho com outros jogadores da equipe merengue.
De acordo com reportagem da edição de outubro da revista ESPN, que chega às bancas em São Paulo nesta sexta-feira e no resto do país na próxima semana, Mourinho e Kaká têm travado uma “guerra fria” há duas temporadas. O comandante quer que o meia peça para deixar o Real, enquanto o brasileiro chegou a “fingir felicidade” só para incomodar o português.
Segundo a publicação, Kaká atrapalha o projeto de Mourinho e de seu sócio, o empresário Jorge Mendes (um dos mais poderosos do mundo) na equipe da capital espanhola. O treinador quer que os holofotes fiquem voltados para seus jogadores protegidos (os agenciados por Mendes), como Cristiano Ronaldo e o argentino Di María. Uma boa atuação do brasileiro, portanto, pode obrigá-lo a mexer no time, seja por pressão da torcida ou do presidente Florentino Pérez, deixando os favoritos do “Special One” no banco de reservas. É por isso que Mourinho, segundo a reportagem, tem boicotado Kaká, colocando o camisa 8 para jogar apenas em situações adversas ou tirando o meia da equipe quando ele começa a jogar bem.
“O negócio (do Real Madrid) não é comprar astros, mas descobrir promessas e colocá-las para jogar. Com Kaká, não dá pra ganhar mais nada. Está amortizado. Ele ocupa o lugar de outros que podem crescer”, disse um empresário vinculado a Jorge Mendes à Revista ESPN. Segundo um colega do brasileiro no Real Madrid, o grande objetivo de Mourinho é fazer Kaká tornar-se um “inútil do futebol”.
Desde que começou sua “guerra fria” com o meio-campista, o treinador tentou “expulsar” o camisa 8 de todas as formas da equipe da capital espanhola. Colocou o atleta para atuar em situações difíceis, como o jogo de volta da semifinal da Liga dos Campeões 2010/11, quando o Real acabou eliminado pelo rival Barcelona. Depois, tirou o jogador no intervalo de um jogo que os merengues perdiam por 1 a 0 para o Granada, pelo Espanhol, “colocando a culpa” no brasileiro. Ainda pediu a contratação de reforços como o croata Modric, o que lhe dá mais opções para barrar Kaká.
Fonte: UOL Esporte
Fonte: UOL Esporte
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